quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Segunda parte


Antonio Romeiro de Lima 






IN MEMORIAM

Romeiro de Lima: prêmio da Academia Alagoana de Letras






Escritor de Santa Luzia do Norte é premiado pela AAL - 1994


O livro " Império dos Miseráveis", do escritor Antônio Romeiro de Lima, natural de Santa Luzia do Norte, recebeu, no último dia 14, o prêmio da Academia Alagoana de Letras. Inscrita no concurso da AAL na categoria ficção, a obra aborda a questão de corrupção no meio político de Vila Verde, imaginário país do escritor.

A solenidade de entrega dos prêmios aconteceu na última quarta-feira, no auditório da Academia Alagoana de Letras, cujos  trabalhos  inscritos no concurso foram selecionados por uma comissão formada por membros da AAL, entre eles as escritoras Anilda Leão e Theomirtes de Barros.

O livro "Império dos Miseráveis" é o primeiro trabalho literário de Romeiro de Lima, lançado no dia 17 de junho deste ano, e editado pela João Escortecci, com capa e ilustração de José Luiz da Silva. Trata-se de uma viagem pelo inconsciente do personagem .Edgar, cidadão vilaverdense, radicado no município de Santa Luzia do Norte.

"Ele é um sujeito bastante vivido, amadurecido e consciente dos direitos da cidadania, e, nessa condição, tem sua vida pautada na observação e análise dos fatos políticos e, enfim, do desenrolar das tramas sociais, como um todo, praticados pelos detentores do poder, em detrimento da comunidade", diz Romeiro.

O " Império dos Miseráveis" atenta, oportunamente, para a omissão da classe oprimida, para a falta de escrúpulo  dos políticos e para descrença no futuro melhor, enquanto não houver a tomada do poder. E eis que esse sonho acontece, numa trama de muito suspense,  prendendo o leitor até as últimas páginas do livro, que é escrito em português clássico e representa uma boa contribuição do autor para o pensamento moderno. Antônio Romeiro  anunciou para breve uma nova obra, desta vez de conteúdo histórico. 

PRIMEIRA PARTE DO VÍDEO 

SANTA LUZIA DO NORTE: história da nossa gente

 SÓ É CLICAR NO LINK ABAIXO









Santa Luzia do Norte: história da nossa gente (primeira parte) - Direção:William Roger (Guri) - Produção: alunos da Escola Dr. Sidrônio Augusto de Santa Maria - Realização: Secretaria de Educação do Estado de Alagoas e Ministério da Educação - Apoio: Comunidade de SANTA LUZIA DO NORTE.




A degradação social, o progresso aviltante de açambarcamento do dinheiro e bens públicos, acontecendo há anos atrás, eram praticados refinadamente, frutos de um acobertamento a toda prova. Se por uma falha, alguma dessas canalhices vinha a público e,  por acharem “corretos”, tais incursões à “burra” popular, na época, pela situação reinante, consideravam-se atípicas.
     Escrever, então, sobre esses desajustes, naqueles tempos, somente apelando-se mesmo para a ficção.
Aqueles que, legal ou ilegalmente nos comandaram, contudo, prevaricam em suas obrigações, zombaram da pátria mãe, obrigaram os que têm vergonha a empunhar, não pela força, mas forçosamente, os elementos de defesa, dentre muitos, os calcados no protesto escrito, em combate ferrenho ao vilipêndio dos nossos “teres e haveres”. Ah, se esse povo fosse culto, portanto, fácil de politizar! Quem sabe, um dia abriremos a janela da esperança de dias melhores e respiraremos os ares da vergonha, do respeito, olvidando essas mazelas que tanto enodoam a pátria amada. Aí sim, temos a certeza, ninguém mais reunirá subsídios para escrever sobre tanta desolação, indigência, desgraça, patrocinadas pelo descaso de quem, pelo cargo que ocupa, deveria ter ao menos caráter ilibado, vergonha na cara, repeito ao povo.
     O império dos miseráveis aborda esses aspectos, sentindo-se o sofrimento do autor em certos trechos do escrito; em outros, repulsa e indignação a tamanhos absurdos. O império dos miseráveis: um libelo aos que insistem nesta farsa cultuada pelo cinismo farisaico dos mercadores do poder.






Pecar pelo silêncio, quando se
                             deveria protestar, transforma
                   homens em covardes.
A. LINCOLN




O Império
________________dos Miseráveis




Introdução

Como se não bastasse essas dificuldades a mim intrínsecas, concomitantemente via-me assoberbado por afazeres outros, e do labor diário, sobrava-me escasso tempo à aprazível tarefa de inserir no papel, aprimoradamente os eflúvios d’alma.
O tema deste pálido escrito amadurecera há algum tempo, espelhado na procrastinação insidiosa à resolução de incontáveis problemas que, qual fardo, nos lançaram compulsoriamente aos ombros.
Misto de ficção e fatos reconhecidamente verídicos – a maioria encoberta com característica até burlesca, por conta de uma lastimável e enigmática  “intocabilidade” -,  cujas ações passam sorrateira e propositadamente despercebidas pelo crivo dos que estão no mais alto degrau do poder, muitos deles acostumados à libertinagem oficializada.
De falácia em falácia – abusiva e demagogicamente -, ao longo dos tempos, postergaram-se os mais elementares princípios administrativo e político, levando-se os negócios públicos às trilhas sinuosas da instabilidade.
É o resultado, no sentido amplo e insofismável do termo, é a miséria plena, pungente, alastrando-se perturbadamente a todos os recantos desta pátria, que alguns aproveitadores, como dela a zombar, chamam de mãe.
Mergulhando nas nuanças dessa prodigalidade de atos inconsequentes; dando-lhes  forma e procedimentos; assim, resolvi dar vida a O Império dos Miseráveis.
Sem apego a nenhuma conceituação política-filosófica, na implicam estes rabiscos em incitamento à subversão da ordem pública, derrubada de governantes, forma ou sistema governamentais legalmente organizados, ad referendum popular.
Até porque nossa posição puramente fincada nos princípios democráticos afasta-nos terminantemente de ideias e procedimentos antipatrióticos.
Simplesmente, como mais um brado de alerta entre tantos, O Império dos Miseráveis vem aderir ao clamor popular que ecoa aos quatro cantos desta terra sofrida, que, se bem dirigida, poderá ser transformada no Eldorado da América Latina.
  
O Autor

Como costumeiramente fazia aos domingos, naquela tarde, Edgar preparava-se para mergulhar redobrado interesse em uma boa leitura.
Habituara-se, aquele matuto interiorano, a preencher a suas tardes domingueiras entregando-se com deleite, sem ater-se muito em autores, às narrativas de uma razoável obra literária.
Para aquela tarde, no entanto, sua atenção aguçara-se, por ter à disposição algo escrito com certo esmero, profundidade e refinamento: de um renomado escritor latino-americano, fatos interessantíssimos sobre a vida do grande conquistador, pacificador e estadista, Simon Bolívar.
Assim, além de satisfazer sua quase compulsão pela leitura, teria motivo para esquecer completamente a convocação que lhe fora feita para participar de uma reunião de caráter político, determinada às pressas pelo Partido Libertador.
Desiludido, sobejamente desencantado com os rumos dúbios em que enveredara o processo político, decidira afasta-se das lides partidárias, entregando-se aos seus mais saudáveis hábitos e fazeres.
Não compareceria àquela reunião.
O clima de verão fazia-se sentir em toda extensão  daquela região próxima aos trópicos, porém, naquela tarde, uma aprazível aragem soprava pelas bandas de Vila Verde. Sem dúvida, aquela amenidade climática era um convite irrecusável a um bom relaxamento físico,  atrativo também a uma boa leitura.
A par de sua abstinência política, Edgar dedicara-se com afinco aos livros, aplicando-se, também, com esmero e certa obstinação a alguns escritos, que às vezes garafunhava em momentos de súbita inspiração.
Àquela tarde, ater-se-ia à vida de Bolívar, esmiuçando-lhe os feitos, acerto e desacertos, em função da constituição de uma nação forte, poderosa, um expoente de pujanças inomináveis na América Latina.
Tão sonhador quanto Bolívar, guardadas as devidas proporções, Edgar vivia intensamente, em seu apego pela aquela leitura, as várias facetas da vida do conquistador latino-americano.
Abstraíra-se do que ocorria ao seu derredor e mergulhara nas andanças e decisões do pacificador, vibrando a cada lance, como as delas materialmente participasse.
Sentia-se contagiado pelo desprendimento das ações, pela força de caráter voluntarioso que infundia confiança, e pela constante afirmação de amor ao solo pátrio que aquele soldado, antes de tudo um patriota convicto, devotava à sua América Latina. Quantas, pouquíssimas, talvez nenhum, possuíram ou possuirão a obstinação quase prosélita em unir sob uma só égide a diversificação de povos que, apesar da quase homogeneidade linguística, diferia em alguns aspectos étnicos, religiosos e políticos.
Apesar de imerso mentalmente naquele relato arrebatador, devaneando-se ao sabor das minudências que a vida do enfocado proporcionava-lhe, com a brisa a bater-lhe no peito desnudo, o divã aconchegante À sua disposição, Edgar via-se à beira de uns cochilos, o que lhe seria altamente compensador, pelas horas que passara insone na noite anterior dedicada aos seus escritos.
Teimosamente, pelo arrebatamento que a narrativa proporcionava-lhe, Edgar insistia em desobedecer ao comando do cérebro, retardando o cochilo, que, pelos bocejos, prenunciavam um iminente sono.
Mesmo sentindo as pálpebras fechando-se-lhes,  persistia na leitura, instando o corpo a não acatar o que naturalmente aconteceria: o sono reconfortante, pela noite anterior quase em claro.
Apesar dessa teimosia, Edgar dormitou.
O velho sobrado de estilo colônia, na Praça da Matriz, em  Vila Verde, abrigava nesta tarde quente em uma de suas salas, a mais ampla, os participantes da reunião. No semblante de cada um daqueles cidadãos, sentia-se a preocupação, o nervosismo, uma quase instabilidade emocional, tornando o ambiente ocasionalmente pesado. Prenúncio de que importantes e imediatas decisões seriam ali tomadas, podendo modificar certos conceitos polico-administrativos até então vigentes em Vera Cruz, país portentoso em riquezas, territorialmente de dimensões continentais, localizado no Continente Latino-Americano, levado ao submundo do atraso pelas administrações desajustadas, ineptas e claudicantes.
Havia aqueles homens convencionado, justamente pela Vila Verde, aquela reunião, pela importância que a cidade representava; reuto de constante efervescência social, à beira de convulsão, ponto convergente de muitas tendências do mundo industrial, político e trabalhador; verdadeiro caldeirão de contradições.   
Forçada pelos desacertos governamentais, a força popular, cansada de tanto vilipêndio, forçara aqueles líderes a uma tomada de posição, se necessário de caráter drástico.
Para Vila Verde, naquela tarde, convergiam todas as atenções da nação.
Importantes personalidades, com ascendência à alta cúpula da vida pública do país, acorriam àquela convocação.
Evidentemente, ali reunir-se-iam somente os imbuídos de sérios propósitos, criteriosamente escolhidos, escoimados os saltimbancos da República.
Verdadeiramente, não caberia espaço a essas personalidades apátridas, indesejáveis pelos seus atos nefandos, desprezíveis pelo seu jogo sujo.
Uma multidão apinhava-se na na Praça da Matriz. A notícia sobre a presença em Vila Verde de lideranças de irrefutável renome e com militância nos mais diversificados ramos de atividade na vida nacional, tomou proporções gigantescas.
Em pouco tempo, um número incalculável de adeptos à causa moralizadora e À restauração da ordem política por um modelo social justo postava-se na ampla praça, atenção e olhos grudados no sobrado, antiga residência do Barão de Altamira, cortesão de larga influencia nos idos tempos do reinado de S. Majestade, Francisco I.           



Verdadeira miscigenação de tendências agrapura-se no velho casarão: indústrias, profissionais liberais, representantes de diversos credos religiosos, representantes das classes trabalhadora, políticos e integrantes das forças armadas de Vera Cruz faziam-se presentes à reunião. Como representante dos anseios populares vilaverdenses, fora convocado Edgar, defensor intransigente das mudanças em questão. Às vezes, Edgar chegara a defender teses duríssimas, quando ao arroubo dos seus pronunciamentos transmitia seus conceito em público. Ed,como os mais íntimos tratavam-no, personificava a revolta diante dos abusos postos em prática às encâncaras pelos que, contraditoriamente, se afirmavam paladinos do ordenamento da coisa pública.
Após alguma efervescência, fruto de opiniões conflitantes, foram escolhidos os representantes de cada segmento social Á REUNIÃO. Os demais deixaram o recinto , indo a maioria juntar-se à multidão. Outros, inclusive padre Berlamino, pároco de Vila Verde, encarregar-se-iam dos contatos com os demais aderentes à causa, em várias regiões do país.
A ansiedade já se fazia sentir nos componentes da reunião. S ausência de Edgar, sem qualquer comunicação, deixava-os atônitos.
No que pese ser um simples cidadão do povo, gozava ele de uma conceito invejável em Vila Verde, pelos seus atos irrepreensíveis, pelo seu caráter ilibado, e pela sua constante e intransigente postura contrária aos demagogos e corruptos. Ganhara, por tudo isso, certa admiração além das fronteiras vilaverdeses.
Sua presença, suas opiniões seriam imprescindíveis;aguardavam-no portanto, embora inquietos.
Contrariando o seu propósito de não comparecer àquele encontro de líderes, como se algo sobrenatural o impelisse, inexplicavelmente, Edgar viu-se a caminho do local determinado da reunião.
E, para cúmulo de sua estupefação em haver retrocedido – o que não era do seu feitio -, ia às cegas àquela convocação; recebera um comunicado lacônico, sem detalhes sobre o assunto a ser dissecado.
Em demanda ao local, Edgar teria que abrir passagem dentre a multidão.
Avistando-o, os manifestantes iniciaram uma calorosa ovação. O velho Ed, tal qual prosélito, estufava o peito orgulhosamente, sentido que seus conceitos estavam ressonantes no seio da população Apesar da acolhida carinhosa, sentindo-se alvo de tantas atenções pelo povaréu, intimamente questionava-se: por que mudara subitamente de opinião? Interiormente, vivia um mar de contradições. Sem encontrar uma resposta plausível às suas indagações, acenando aos manifestantes e acotovelando-se entre muitos, prosseguiu sua caminhada ao velho sobrado. Aqui e ali, era obrigado a parar, solicitado por uns, abraçados afetuosamente por outros tantos, envolvendo-se emocionalmente no frêmito de civismo que eclodia daquela junção de anseios pelo progresso e justiça social, abusivamente reprimidos, até então, pelos ineptos incrustados no poder. Com alguma dificuldade, Edgar atingiu a calçada do casarão; e dali ao pórtico, o percurso tornou-se mais congestionado, quase intransponível pela aglutinação dos manifestantes, impedindo-lhes a passagem.
À custa de muito esforço, atingiu o primeiro lance de escadaria que acessava ao andar superior e, intrigado, perguntava-se por que o Partido Liberal não lhe comunicara pormenorizadamente sobre os motivos daquela reunião? Todo aquele povo comprimindo-se na praça, evidentemente, não o fazia aleatoriamente; algo importante aconteceria, ele, Edgar, convidado que fora, sentiu-se alheio aos pormenores do fato. Embora não mais pretendesses participar das lides políticas, que invariavelmente culminam na degenerescência dos acordos vergonhosos pela ingerência espúria de aproveitadores, continuava a estranhar o comportamento da cúpula do seu partido. Melhor seria não tivessem convidado, pensava.  
Decididamente a esquecer o emaranhado que lhe ia no cérebro, enfrentou os últimos degraus – já no segundo vão – que o superavam do salão destinado à reunião. Adentrando-o, observou, pelos semblantes dos agrupados em torno de uma mesa,  que a sua presença era aguardada com sofreguidão. Sequer cumprimentou-os. Impelido por uma força interior irrefreável, esqueceu a todos, e incontrolavelmente dirigiu-se à varanda do sobrado. Algo muito forte levou-o ao peitoril. Dali pôde divisar que o número de pessoas apinhadas no logradouro galardão, embora tudo aquilo lhe parecesse era maior do que ele instintivamente calculara.
Sua súbita aparição desencadeou uma estrepitosa ovação, deixando-o atônito. Tanto calor humano demonstrado por aquela gente simples constituía-se em verdadeiro galardão, embora tudo aquilo lhe parecesse muito misterioso.
Voltavam-lhe à cabeça as indagações; tudo confundia-se, embaralhava-se intrinsecamente. O convite à reunião, sua decisão em não atender a convocação; sua inopinada e até inexplicável presença ali, a multidão a ovacioná-lo. Era muita carga para sua pobre e cansada mente cinquentenário! Estaria louco? Ou tudo não passava de um intricado sonho ? Porém, de uma coisa tinha absoluta certeza: algo muito importante estava prestes a acontecer. Por certo, os demais ali presentes não viviam aquele dilema. Sabiam e prepararam tudo aquilo.
Voltou-se para eles e notou-os circunspectos, alguns a consultar documentos dispostos em pilha à sua frente. Ao todo, contou-se doze. Deles, apenas três eram seus conhecidos, senão amigos, porém, viam-se com alguma frequência em reuniões outras: Doutor Josenildo Carvalho, professor Manoel Francelino de Souza e Cristóvão de Alencar. Os demais, fisionomias velhas, gente nova para ele.
Achegou-se à mesa, esperou pelas apresentações antes de tomar assento.
Estranhou a maioria quase cerimoniosa como lhe tratavam aqueles respeitáveis senhores, estendendo-lhe efusivamente as mãos, dando-lhe palmadinhas às costas, indicando-lhe, com mesuras descabidas à ocasião, a cadeira colocada à cabeceira da mesa.
Cristóvão de Alencar passou às apresentações, iniciando pelo líder trabalhador Rui Montenegro. Seguiram-se o médico Ferreira, o industrial Petronilo Santana, o general Mário Silvino, o padre Luiz de Souza, o senador Levino de Brito, o deputado Valdevino do Amaral, o brigadeiro Antônio Martins e o figurões em suas respectivas atribuições, reconhecidamente dignos em seus atos, capazes de ocupar qualquer na alta esfera governamental. Apesar de ser tão correto quanto aqueles cidadãos, Edgar, por sua simplicidade, sentia-se deslocado naquele ambiente.
- Afinal – pensava -, não são socialmente de minha igualha! Todos são poderosos.
Ansiava pelo início da reunião, para ele até o momento uma incógnita.
Se perplexo e intrigado pelo seu inexplicável comparecimento, aturdido estava em constatar a seleta composição daquela mesa.
Mais surpreso ficou ao ser convidado pelo senador Levino para assumir a direção da reunião, declinando de pronto àquela deferência.
- Quem sabe – pensou -, estão querendo de mim zombar ou, por outra, me aprontar alguma entalação...
Para logo de inicio não “colidir” com os circunstantes, alegou a ambiguidade do  comunicado que recera convocando-o e, por desconhecer as minudências do assunto, sua presença como simples assistente serial o ideal.
De imediato, pressentiu que a sua atitude não causara efeito adverso, por haverem, todos, concordados sem a mínima restrição.
Ainda sem abancar-se, Edgar ouviu do general:
- Graças a Deus você veio, Edgar! – Apontando-lhe a cadeira solicitou: - Por favor, sente-se.
Intimamente, Edgar perguntava-se por que aquele tom que denotava uma provável aflição. Que papel reservaram-lhe naquela história?
Tomava-lhe a impaciência pela tática obscura dos circunstantes, atordoando-lhe as ideias. Arguto, Edgar tomou uma posição.
- Bem, senhores, havia me proposto a não comparecer a esta reunião, e ainda me questiono o porquê de esta aqui. Para não tornar-me um estorvo, retirando-me, contribuirei bem mais ao bom andamento das negociações – arrematou.
- Em hipótese nenhuma, Edgar – ponderou Valdevino do Amaral -  Sua presença, sem nenhum demérito aos demais, é altamente indispensável. Jamais prescindiremos da sua colaboração. Aliás, o convite a você foi alvo de decisão unânime. Sente-se ouça,sugira. O momento é de extrema gravidade – concluiu.
Acomodando-se entre Josenildo Carvalho e o padre Luiz de Souza, Edgar retirou do  bolso da camisa o já amarfanhado ofício-convite e, dirigindo-se ao senador Levino de Brito, que s arvorara presidente da reunião, indagou:
- Finalmente, senador, qual a finalidade deste convite?
- À sua presença, Edgar – respondeu lacônico o senador. – De nada adiantaria detalhar fatos no papel, se você aqui não comparecesse.
- Não que desconfiássemos da sua reconhecida descrição – interveio o professor Manoel Francelino. – Não há, também, como negar que os demais conhecem em detalhe o assunto a ser tratado. Entretanto, confesso-lhe: não houve a mínima intenção em  desprestigiar-lhe. Houve, sim, acredito, erradamente, a vontade de lhe apanhar de surpresa – arrematou.
- E sem dúvida conseguiram seu intento – declarou Edgar.
- Reconhecemos, Edgar – afirmou o senador-, mas acabemos de uma vez por todas esse suspense. Doutor Josenildo – solicitou -, iniciemos pelo senhor. Seus relatos, por favor!
Socado nos seus quase cento e dez quilos, estatura abaixo da mediana, irrequieto como se a cadeira lhe causasse formigamentos, Josenildo iniciou:
- Senhores, tudo o que iremos discorrer agora está sobejamente respaldado em provas irrefutáveis. Ademais, boa parte do que vem ocorrendo é, há muito tempo, de domínio público. A situação de Vera Cruz carece que nos empenhamos na implementação de medidas, se necessárias radicais, para reverter essa situação de miséria, desagregação social e descrédito popular aos governantes. As facilidades são tantas no trato com os negócios públicos que resultam nesse quadro desalentador  e desastroso de agora. A fome, a incultura, as doenças comuns aos países subdesenvolvidos, o menor abandonado, o salário escorchante, o desamparo à velhice o aposentado esmolando migalhas às portas do poder governamental, a corrupção desenfreada e a fraude com requintes de institucionalização; tudo isso, e mais, são um libelo às administrações que, ao longo de várias décadas, comandam essa nação. Tudo isso, senhores – prosseguiu -,  em decorrência da flexibilidade e da conflitância de muitas leis, proporcionando a já conhecida “rédea solta”.
Josenildo Carvalho apontou a uma pilha de papel disposta em forma de arquivo e continuou:
- Trago aqui documentos importantes que atestam a irresponsabilidade de muita gente tida como proba e competente, guindada a postos de suma importância do quadro governamental.  Não pretendo nem tenho como discutir a competência de nenhum deles. Todavia, se dela são detentores, pelos seus atos nefandos, demonstram justamente o contrário.
Interrompendo o expositor, Edgar ajuntou:
- Reconheço que a situação é periclitante e clama por medidas inadiáveis; porém, até agora não falaram os senhores sobre os motivos reais desta reunião. Continuo a ver navios!
Chegaremos lá, Edgar, acalme-se – redarguiu o brigadeiro Antônio Martins.
- Por favor, senhores – interveio Levino de Brito.
- Chegaremos a discussão, após ouvirmos a todos em suas explanações. – Prossiga Doutor Josenildo.
Dou-me por satisfeito, senador – falou Josenildo, - Entretanto, conforme afirmei , reitero: se necessário,  apresentarei inúmeras provas do aqui exposto.
-General Mário Silvino – inquiriu Levino -, tem o senhor algo a dizer?
- Sim, senador. Vejam os senhores – iniciou Mário Silvino -, o poder esta grangrenado pela infiltração de elementos totalmente desclassificados para assumi-lo. Alguns fanfarrões, outros vigaristas e um sem-número energúmenos À cata de vantagens infestam diversos segmentos do poder, desarticulando-o.  Alguns desses elementos, ungidos pelo acobertamento vergonhoso que convencionou chamar de unidade ou inviolabilidade, agem abertamente, respaldados em um mandato popular que jamais será honrado, em, em face da vigarice de quem o detém.
“ E torna-se difícil consertar esse quadro, inexplicavelmente mantido pela indulgência popular. Também pudera! Na hora de escolher seus representantes, o povo engolfa em uma comoção de ideias, levado pelas manobras sutis dos aproveitadores. Mergulhando na torpe ignorância, o povão, como é acintosamente chamado, não vê que gerações e gerações foram espoliadas, usando-se os mesmos métodos  vis e que, a persistir a subcultura, jamais haverá mudanças satisfatórias. Analfabetos, famintos, carentes em todos os sentidos, essa legião de miseráveis presta-se, através do voto comprometido, a toda sorte de prática escusas, embustes, tremendas vigarices.”
“Não educar para não politizar é o método espúrio posto em prática pelos malabaristas políticos. Assim, e através de outras condenáveis artimanhas, esses oniscientes rapinantes conseguem a perpetuação no poder. Pela subserviência a que submetem o povo, o aviltamento do voto é praxe, principalmente nas regiões interioranas. Mata-se a fome do eleitor às vésperas das eleições, dão-lhe medicamentos para curá-lo da lombricóide e espantar a influenza; enchem-se-lhe a boca dentes postiços; sintetizando, compram-se-lhe a consciência.”
“E o resultado é a acomodação vergonhosa da mesma horda no poder, açambarcando e dilapidando as já exauridas economias de Vera Cruz.”
Sentia-se na exposição do general Mário Silvino a indignação brotando em cada frase, a repulsa fincada em cada vocábulo proferido.
Pelo seu semblante fechado e suas colocações incisivas, denotava-se uma presciência de caráter catastrófico.
Edgar estava preste a intervir, ajuntando alguns conceitos à retórica do general, porém aquietou-se.
Bem, senhores – continuou o general -, não pretendo tomar-lhes mais o tempo e, como o fez o Doutor Josenildo,Também reuni provas cabais sobre o que agora expus. – Arrematando, disse: - Está clara, e já o dissemos: a máquina governamental está pobre pela infiltração de elementos perniciosos, vagabundos e aproveitadores, cujo desejo de perpetuação implica na total e quase irreversível vontade de encabrestar o povo, sujeitando-o pela ignorância as mais torpes intenções.
                Lá fora o tempo esquentara. Não por sofrer uma metamorfose climática e, sim, pela inquietação da multidão, postada há horas na praça e em suas adjacências, à espera de boas –novas.
                O bulício provocado pelos manifestos fazia-se sentir com certa nitidez no amplo salão de reuniões, desviando as atenções dos ali concentrados.
                Na praça, com o passar do tempo, multiplicara-se o número de simpatizantes à causa moralizadora, ora em discussão no casarão colonial.
                A espera inquietava aquele povo, cansado e malogrado por decisões insensatas. Brados de revolta, comentários de apoio aos integrantes da reunião, gritos às vezes inteligíveis misturavam-se, provocando um alarido ensurdecedor.
                O sol esgueirava-se  sorrateira e vagarosamente  em busca do horizonte, prenunciando o iminente advento da noite.
Josenildo Carvalho sugeriu:
-Precisamos aclamar a multidão; não podemos continuar, com  toda barulheira a  nos perturba.
Até então impassível, padre Luiz de Souza pronunciou-se:
-Vou até lá. Quem sabe conseguirei  acalmá-los . Dirigiu-se à varanda, e lá postando-se ergueu os braços. Fez-se silêncio subitamente.
-Peço a vocês que evitem a desordem – solicitou o religioso, - Por favor, mantenham-se calmos! Estamos discutindo com muita cautela todas as questões que nos parece importantes, para não incorremos nos já conhecidos erros que culminaram com esse estado desagregador. Comungamos dos mesmos sentimentos, almejamos o melhor para todos nós. Mais uma vez peço-lhes: mantenham calma! – pediu o padre Luiz.
                Como se recebessem um bálsamo suavizaste, os manifestantes passaram da gritaria ao sussurro daí ao quase silêncio.
                Ao pressentirem que o padre Luiz de Souza esboçava um sorriso a título de agradecimento, prorromperam em aplausos  e, após a retirada do religioso, permaneceram silentes.
                -O senhor foi muito convincente, padre Luiz – observou o industrial Petrolino Santana.
                -Retornemos as exposições – solicitou Levino de Brito, - Doutor Cristovão, algo a dizer?
                -Não, senador, opinaria no momento decisório, e serei breve – falou o industrial.
                Rebuscando alguma coisa em uma valise requintadamente acabada em couro especial, o professor Manoel Francelino fez sinal que pretendia falar. Por fim, retirando dos escaninhos de sua pasta vários recortes e jornais e revistas, inclusive fotografias feitas por ele próprio, distribui-as aos presentes e em seguida pediu a palavra.
                -Fique à vontade, professor – aquiesceu Levino de Brito.
      -Suponhamos, senhores – iniciou Manoel Francelino -, que 50% do foi publicado, explorado, batido e rebatido pela imprensa ao longo desses anos sejam pura invencionice.  Digamos, ainda, que a minha maratona, quase peregrinação na tentativa de conhecer detalhadamente boa parte da miséria que assola aos nossos irmãos, documentando, mensurando caso a caso por região visitada, tenha esbarrado na constatação que são ocorrências cíclicas. Apesar de todas essas hipóteses serem tidas como evidências, deveríamos nos calar? Não! Se assim procedemos, estaremos conspurcando o nosso inalienável direito de cidadania, que, aliás, diga-se de passagem, é pouco exercitado.
                “Percorri sertões, agrestes, grandes conglomerados urbanos, progressistas, pequeninos centros e constatei  verdadeiras contradições, neste país não menos contraditório.  Vivi o trabalho meticuloso de ir e vir à maioria dos rincões mais distantes e necessitados dessa pátria, tal e qual minerador do passado à cata do filão maior da mina, incrusta no mais recôndito âmago de rocha. Nessas minhas andanças, vi  o pauperismo proliferando em escala assustadora. 

A proposta é resultado de trabalho de pesquisa cuidadosa com a firme intenção de fazer  colher dados objetivos, concisos e atualizados sobre o município.            
     
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), Santa Luzia do Norte, situa-se na margem direita da Laguna Mundaú, possui uma área de 29, 604 km2, distando 27 km da capital. “Com altitude de 8 metros na planície flúvio-lagunar e 100 metros no tabuleiro, têm como principais vias de acesso às rodovias BR 316 e AL 401. Com temperaturas médias mensais oscilando entre 24º C e 28º C. A quantidade total de chuvas por ano gira em torno de 1400 mm, seu clima é megatérmico subúmido com escassez no verão e excesso hídrico no inverno. No que tange ao relevo, apresenta duas formas: a planície flúvio-lagunar, e o intreflúvio tabuliforme entre a Lagoa Mundaú e o Riacho dos Remédios. – Geologicamente apresentando presença de gás, petróleo e material para construção civil (argila e areia)  além de depósitos flúviolagunar e de mangues. No município encontra-se também, uma área de Proteção Ambiental (APA) do Catolé/Fernão Velho (com área total de 5.415 ha, distribuídos entre Santa Luzia do Norte, Maceió, Satuba e Coqueiro Seco.”(Enciclopédia Municípios de Alagoas, pp. 58-9).
Os números oficiais do CENSO de 2000 davam Santa Luzia do Norte com uma população total de 6.388 habitantes (3.161 homens e 3.227 mulheres), a urbana era de 5.446, a rural de 942 e o município apresentava 220,27 habitantes/km2, com grau de urbanização que girava em torno de 52, 459%. Hoje, apresenta 232,77 habitantes/km2, com grau de urbanização de 52,42% e incremento populacional de 0,92%..”

























     
 No tocante as aglomerações urbanas destacam-se as do Guardianos, Mutirão de cima e Quilombos e este, último dizem, originário dos Quilombos dos Palmares cujas ramificações teriam chegado ao município.  A agricultura esta concentrada quase que totalmente na cultura da cana-de-açucar, sendo produzidos em pequena escala a macaxeira, o coco e a banana.
A pecuária, segundo o IBGE, é contabilizada de acordo com a quantidade de suínos, bovinos, caprinos, equinos, galinhas, ovinos dentre outros. Em termos de industrialização, pouco presente. Destacando-se a processadora de fertilizantes TIMAC. O comercio é restrito, voltado apenas para atendimento de sua população. O município também se destaca na produção de flores tropicais, na fazenda Ferreira.









    
No turismo, no que se refere à arquitetura, destaca-se a centenária Igreja de Santa Luzia em estilo Barroco Litorâneo, que possui imagens antigas, que remontam ao século XVII. As festividade da padroeira (Santa Luzia de Siracusa) que ocorre no mês de dezembro, tem como ponto culminante o dia 13. E ainda atrelado ao setor turístico, possui o espetáculo teatral  a Paixão de Cristo.
A potencialidade do município esta atrelada ao artesanato (em destaque a taboa), como também, a produção de alimentos industrializados vinculados a pesca e a agricultura, bem como a exploração do turismo lagunar e outras atividades relacionadas a seus ricos recursos naturais.


















     
No setor urbano, considerado Centro, funciona regularmente o Grupo Escolar Dr. Sidrônio Augusto de Santa Maria, a Biblioteca Pública, o PETI, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Luzia de Siracusa.

Na periferia situam-se o grupo Escolar D. Pedro II, nos Quilombos, Grupo Escolar Dr. José Paulino de Brito, no Porto do Sururu, e no Alto do Cemitério, o Grupo Escolar Professor Manuel de Barros Feitosa e o Grupo Escolar Professora Iolanda Romeiro Lopes. Na zona rural o município mantém escolas no conjunto mutirão, bem como no Coriolano Pereira da Silva.


 


                                                                                                                           





                      

    
















O serviço de saúde pública é realizado, através das quatro unidades de saúde, sendo três destas unidades postos do PSF, localizados nos bairros do Quilombo, Porto do Sururu e   Caldeireiro. A cidade ainda possui  uma unidade central situada na Rua Estevão Protomarti de Brito, Centro.


     







     


sistema de transporte do município é realizado através de ônibus da empresa REAL ALAGOAS, assim como por carros de pequeno e médio porte (associação de taxitas). - A CASAL fornece a água encanada e a Eletrobrás a energia.





















P R E F E I T O S



Antônio Rodrigues de Lima
Prefeito interino, nomeado pelo então Governador Luiz de Souza Cavalcante: 16 de novembro de 1962 a 28 de outubro de 1963;

Carlos Gomes Pedrosa
Prefeito eleito> Empossado em 29 de outubro de 1963, porém afastado por inlegibilidade, em  em razão de ser parente em primeiro grau do Prefeito anterior;
João Lopes Rodrigues
Vice-Prefeito, empossado interinamente em 23 de dezembro de 1963, ficando à frente da administração municipal até a realização da eleição e posse do novo Prefeito;
Paulo Vicente Rodrigues
Prefeito eleito. Empossado em 8 de fevereiro de 1964. Por improbidade administrativa teve seu mandato cassado pela Câmara Municipal em 10 de fevereiro de 1965;


João Lopes Rodrigues
Vice-Prefeito, empossado em 10 de fevereiro de 1965, em virtude da cassação do mandato do então Prefeito, Paulo Vicente;
Coriolano Pereira da Silva
Prefeito eleito, empossado em 2 de fevereiro de 1969;
Iolanda Romeiro Lopes
Prefeito eleito. Empossado em 1º fevereiro de 1973;
Valdir Mascarenhas
Prefeito eleito. Empossado em 1º de fevereiro de 1977;
Artur Correia Lima Filho
Prefeito eleito. Empossado em 1° de janeiro de 1983;
Iracema Pereira Pedrosa
Prefeita eleita. Empossada em 1º de janeiro de 1989;
Hermínia Tavares da Silva
Prefeita eleita. Empossada em 1º de janeiro de  1993;
Deraldo Romão de Lima
Prefeito eleito. Empossado em 1º de janeiro 1997;
Dário João de Mendonça Bernardes
Prefeito eleito. Empossado em 1º de janeiro de 2001;
Fátima Barros
Prefeita eleita. Empossado em 1º de janeiro de 2009.
João Pereira
Prefeito eleito em 2012.







ESTADO DE ALAGOAS  
GABINETE DO GOVERNADOR
   
 DECRETO Nº 6558 de 29 de Agosto de 1985. 
HOMOLOGA A RESOLUÇÃO Nº. 01, DE 26 DE 
NOVEMBRO DE 1984, DO CONSELHO ESTADUAL DE 
CULTURA E DE PRESERVAÇÃO DO PATRIMÕNIO 
HISTÓRICO, ARTÍSTICO E NATURAL – CECP/AL, PARA 
FINS  DE TOMBAMENTO DO PRÉDIO DE 
ARQUITETURA RELIGIOSA IGREJA MATRIZ, 
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE SANTA LUZIA DO 
NORTE, NESTE ESTADO E CONTÉM OUTRAS 
PROVIDÊNCIAS. 
                                                          
O GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOAS, 
no uso das atribuições que lhe confere o inciso III do Art. 59 da Constituição Estadual, 
considerando o disposto no Art. 28 da Lei 4448, de 28 de junho de l983, e tendo em 
vista o que consta do Processo S.G.C. – 10.302/85, 
                                                    


D E C R E T A 
                   
 Art. 1º - Fica homologada a Resolução nº. 01, de 26 de novembro de 1984, 
do Conselho Estadual de Cultura e de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e 
Natural – CECP/AL, favorável ao tombamento do prédio de Arquitetura religiosa Igreja 
Matriz, localizado no município de Santa Luzia do Norte, neste Estado. 
                    
                   Art. 2º O Conselho Estadual de Cultura e de Preservação do Patrimônio 
Histórico, Artístico e Natural promoverá o tombamento do imóvel a que se refere este 
Decreto, mediante inscrição no livro próprio. 
                  Art. 3º - Passa a integrar este Decreto a Resolução nº. 01, de 26 de novembro 
de 1984, do CECP/AL. 
                  Art. 4º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
PALÁCIO MARECHAL FLORIANO PEIXOTO, em Maceió, 29 de Agosto de 
1985, 97º da República. 
DIVALDO SURUAGY 
Noaldo Dantas ESTADO DE ALAGOAS  
GABINETE DO GOVERNADOR
CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA E DE PRESERVAÇAO DO 
PATRIMÕNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E NATURAL - CECP/AL. 
RESOLUÇÃO Nº. 01 de 26 de novembro de 1984 
            Proposta de Tombamento do Prédio de Arquitetura Religiosa Igreja Matriz 
localizada no Município de Santa Luzia do Norte. 
           O Conselho Estadual de Cultura e de Preservação do Patrimônio Histórico, 
Artístico e Natural no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº4448 de 28 
de junho de 1983, e tendo em vista o parecer da Comissão Técnica de Tombamento 
resolve: 
1 – Propor ao Chefe do Poder Executivo o Tombamento do Monumento Igreja 
Matriz de Santa Luzia do Norte, pertencente a Arquidiocese de Maceió, com o 
objetivo de assegurar a preservação do referido imóvel nas suas características 
originais externas e internas, bem como os bens móveis que compõem o recheio 
do mesmo. 
2 – Sugerir que no Decreto de Tombamento do citado  prédio conste, 
explicitamente, sugestões emitidas pela comissão técnica, a saber: 
2.1 – Preservação da volumetria com manutenção das fachadas e elementos       
internos abaixo descritos: 
a) os elementos da fachada principal e a sineira na parede lateral 
recuada da fachada principal; 
b) o altar colateral direito de finais do século XVIII de gosto rococó; 
c) o púlpito com taça em pedra calcânea, possuindo tambor em 
madeira de muito boa talha, e gosto barroco. 
2.2 – Preservação do entorno do monumento, objetivando a não 
descaracterização da ambiência nos elementos: 
a) as novas edificações deverão obedecer ao traçado urbano já existente, 
com fachadas distorcendo pela testada dos terrenos;                                 
b) deverão ser evitadas demolições das construções  mais próximas 
existentes; 
c) deverão ser empregados na cobertura materiais cerâmicos. 
                  2.3 – Conservação dos bens móveis a seguir relacionados: 
                         a) 1 – Santa Luzia em madeira roupa rosa, branco e dourado, coroa de  
                                  ouro; 
                            2 – São Sebastião; ESTADO DE ALAGOAS  
GABINETE DO GOVERNADOR
                            3 – Nossa Senhora da Conceição. 
                        b) 4 – Nichos 
                              5 – São José; 
                              6 – Santa Rita de Cássia. 
c) Consoles 
7 – Nossa Senhora Aparecida; 
8 – Nossa Senhora da Conceição 
                        
d) Altar Lateral (A) 
9 – Nossa Senhora das Dores – Rosa roupa prateada e manto azul 
em tecido. 
Observação: Neste altar existem 3 imagens que não foram 
identificadas, por falta de informações. 
                 
e) Altar Lateral (B) 
10– São Miguel em madeira, roupa azul e vermelho pintado em 
ouro. 
11 - Nossa Senhora da Conceição. 
   
f) Capela Lateral – portas com restos em pintura em ouro 
12 – Cristo na cruz; 
13 – Bom Jesus dos Navegantes 
       
g) Sacristia. 
                 
14 – Santo Antônio em madeira 
                               
15 – Nossa Senhora do Carmo (gesso) 
                              
 16 – Santa Rita (gesso) 
                               
17 – Senhor dos Passos em gesso com cruz em madeira

PAISAGENS 


A MAIORIA DAS FOTAS FORAM TIRADAS NA FAZENDA  BABAU.









































Lagoa Mundaú
Lagoa Mundaú








O tempo vai passando e a modernidade vai corroendo tudo o que ver pela frente. 

Começou nas cidades grandes e chegou ao interior trazendo consigo tudo de bom e de ruim também... 
CONTINUA
 É SÓ CLICAR EM  POSTAGENS MAIS ANTIGAS NA BARRA VERDE A BAIXO...
BOA LEITURA.